Bahia de Fato

Vamos falar claramente. Durante 30 anos o falecido ACM mandou na política baiana. Antes mesmo de sua morte, ele já vinha perdendo influência política, tanto no cenário nacional quanto no estadual. Apesar de dominar a política na Bahia, o carlismo nunca conseguiu verticalizar sua influência. Lula, por exemplo, tem forte prestígio na Bahia desde 1989.

Em 2006, o candidato apoiado pelo grupo carlista, Paulo Souto (PFL), foi derrotado em primeiro turno por Jaques Wagner (PT). O fato é que o carlismo está em curva descendente. Ele ganharam com facilidade na década de 90, ganharam com dificuldade em 2002 e perderam em 2006.

Mas, o falecimento de ACM não quer dizer que o carlismo desapareceu. O declínio do grupo é um processo lento. Em 2004, César Borges (PFL), apoiado abertamente por ACM, perdeu a prefeitura para João Henrique Carneiro. O eleitor de Salvador continuou identificando o candidato de ACM como um candidato da ditadura, o PFL era ainda identificado como herdeiro da antiga Arena..

Porém, a marca de ACM está presente na disputa atual, carregada pelo candidato do DEM, ACM Neto. A escolha do nome de ACM Neto é estratégica. A candidatura de ACM Neto pretende parar a sangria do grupo carlista. O que os carlistas querem é construir um palanque para a disputa contra o candidato de Lula em 2010. Portanto, votar em ACM Neto é votar contra o presidente Lula e tudo o que ele representa. Seria um retrocesso.