30 de julho de 2007

 

A verdade sobre ACM nas páginas da CartaCapital

ACM foi capa da revista CartaCapital. “ACM foi para o céu” é o título. A revista estranha o sumiço da multidão prevista no funeral. Para mostrar o perfil agressivo do falecido, o texto cita a pancadaria contra o repórter Antônio Fraga, da TV Itapoan, em 1985, lembra o xingamento de “basco ladrão” contra o ex-deputado e empresário Pedro Irujo e desengaveta a perseguição contra o jornal A Tarde. Esquece, porém, o famoso xingamento de “judeu fedorento” contra o hoje radialista Mário Kertész e sequer cita a perseguição mortal aos jornais Tribuna da Bahia e Jornal da Bahia. Mas, não se pode querer tudo, não é?

O ex-deputado estadual, jornalista e escritor Emiliano José foi uma das fontes da reportagem. A mídia nacional elegeu oráculos e ACM era um deles. Mesmo jornalistas maltratados continuaram depois a bajulá-lo, numa relação de submissão. Para Emiliano José “um dos mais antigos opositores do carlismo na Bahia”, segundo a revista, “o esforço da mídia em transformar o funeral de ACM num acontecimento histórico beirou o patético”. Era um político decadente, um filhote da ditadura, como diria Brizola.

A reportagem recupera o perfil dos negócios da família ACM. Levantamento feito em 1999, pelo citado ex-deputado estadual Emiliano José (PT) mostrou que 98% dos anúncios oficiais do governo baiano foram publicados nas páginas do Correio da Bahia, da família do senador. Um ano depois, com a mudança de orientação editorial da Tribuna da Bahia houve uma pequena divisão do bolo. A Tribuna ficou com 23% enquanto o Correio ficou com 77%. O jornal A Tarde, de maior circulação, não recebeu um centavo. Castigo típico aplicado por ACM, desde a ditadura militar, que levou à asfixia do Jornal da Bahia e à submissão da Tribuna da Bahia.

A matéria lembra o sumiço de R$ 101 milhões da Bahiatursa, dos quais R$ 48 milhões foram para a Propeg, no governo Paulo Souto. Lembra que a Ebal/Cesta do Povo deixou um rombo de R$ 240 milhões. Ainda assim os bajuladores da imprensa repetem sem cessar o caráter “modernizante” do carlismo. O crescimento da economia “moderna” da Bahia gerou graves distorções sociais. Apenas na Bahia o Bolsa Família acode 1,2 milhão de pessoas na miséria. Faltou gente no funeral. Onde estavam os artistas baianos que mamaram sempre nas tetas da Ebal/Cesta do Povo?

Está imperdível a reportagem intitulada “A assunção de malvadeza”.

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