17 de maio de 2007

 

Agência Brasil dá notícia da Gautama sem citar nomes

Estranha mesmo foi a notícia da Agência Brasil. Com o título “Operação da PF mobiliza 400 policiais e prende quadrilha que desviava verba de obras públicas” a agência oficial, que normalmente trabalha com objetividade, decidiu sonegar os nomes das pessoas presas pela Polícia Federal. Não acrescentou nada.

SEGUE O TEXTO:

A Polícia Federal (PF) prendeu na manhã de hoje (17) 43 pessoas envolvidas em uma organização criminosa que desviava recursos federais de obras públicas. Entre os envolvidos estão diversas autoridades estaduais, além de funcionários e intermediários da empresa Gautama, de Salvador. O inquérito corre sob segredo de Justiça.

A Operação Navalha, iniciada hoje em dez estados e no Distrito Federal, mobilizou cerca de 400 policiais federais para cumprir cerca de 40 mandados de prisão preventiva e 84 mandados de busca e apreensão, decretados pela ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Eliana Calmon.

Por determinação da ministra, todos os presos deverão ser trazidos a Brasília. Calmon também determinou o bloqueio de contas e a indisponibilidade dos bens imóveis dos integrantes do esquema. A assessoria da PF informou que as investigações sobre a atuação do grupo começaram em novembro de 2006.

Segundo a PF, essa empresa operava uma organização criminosa infiltrada no governo federal e em governos estaduais e municipais. Os estados onde os mandados estão sendo cumpridos são Alagoas, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Sergipe, Pernambuco, Piauí, Maranhão, São Paulo, além do DF.

O objetivo do grupo era lucrar com a execução de obras públicas, organizada e estruturada para a prática de crimes como fraudes em licitações, corrupção passiva e ativa, tráfico de influência e lavagem de dinheiro.

De acordo com a PF, a organização criminosa desviou recursos dos Ministérios de Minas e Energia; do Planejamento, Orçamento e Gestão; da Integração Nacional; das Cidades; e do Departamento Nacional Infra-Estrutura de Transportes (Dnit). Nos estados, foram constatadas fraudes em Alagoas, Maranhão, Sergipe, Piauí e no DF. Na esfera municipal estavam envolvidas autoridades dos municípios de Camaçari (BA) e Sinop (MT).

O grupo era organizado em três níveis, informou a PF. No primeiro, atuavam pessoas diretamente ligadas à construtora Gautama. No segundo, estavam os auxiliares e intermediários, principalmente os responsáveis pelo pagamento das propinas e no último, autoridades públicas que tinham a função de remover obstáculos à atuação da organização criminosa. (Agência Brasil).

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