9 de outubro de 2006

 

Alckmin se comportou como delegado de porta de cadeia...

ANDREZA MATAIS da Folha Online, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva --candidato do PT à reeleição-- disse nesta segunda-feira que ontem foi o dia mais triste da sua vida política, em referência ao debate com o seu adversário no segundo turno, o tucano Geraldo Alckmin, promovido pela TV Bandeirantes.

Lula disse que Alckmin, a quem chamou de "cidadão do samba de uma nota só", se comportou como um "delegado de porta de cadeia" e destacou que este foi o pior nível de debate que participou em sua vida política, indicando que Alckmin não tem qualificação para enfrentá-lo.

"Eu já debati com Ulisses Guimarães, [Leonel] Brizola, Mário Covas, Aureliano Chaves, Afif Domingos, [Fernando] Collor, Ciro Gomes, [Anthony] Garotinho, com o Jânio Quadros e o Franco Montoro. Tinha um nível político assimilado no debate. Ontem, eu pensei que não estava na frente de um candidato, eu pensei que estava na frente de um delegado de porta de cadeia. Confesso a vocês que foi triste para mim e para a minha mulher", afirmou Lula.

ARROGÂNCIA

Lula disse que seu adversário se comportou como "arrogante, pedante, que fala com o nariz em pé, como se tivesse mais autoridade que os outros". "Espero que tenha muito mais debate para que a gente possa evoluir", rogou.

O presidente, que hoje recebeu no Palácio da Alvorada o apoio de cantores gospel, entre eles Mara Maravilha e Wanderley Cardoso, disse que esperava um debate de idéias no debate de ontem. "O povo não quer um candidato xingando o outro, quer saber o que será feito para melhorar sua vida", disse o presidente.

PUNIÇÕES

O presidente respondeu as críticas dos tucanos e pefelistas de que ele não tomou atitudes contra os envolvidos no seu governo em irregularidades. "O presidente da República não pune, ele exonera, quem tem que punir é a Justiça", disse. Lula comparou Alckmin a uma "velha sanfona quebrada que só faz o mesmo som", ao referir-se à insistência do tucano no debate em temas de corrupção.

ELITE

O presidente acusou Alckmin de ser o candidato das elites e se comparou aos ex-presidentes Getúlio Vargas, Juscelino Kubitschek e João Goulart, que, segundo Lula, foram perseguidos porque trabalharam para os mais pobres. "Ontem, vocês viram um pouco da elite política. Ela é implacável. Não se meta em fazer coisas para os pobres que você vai pagar o preço", disse."Para eles, pobre tem que ser coadjuvante, tem que bater palma. Nós colocamos pobre no palanque", acrescentou.Lula disse que seu adversário não tem programa para o país e que, por isso, "pegou tudo o que é matéria de jornal e tentou transformar no programa dele".

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