28 de julho de 2006

 

Os malabaristas do Correio da Bahia

Deve ser um desafio gigantesco para os profissionais da comunicação trabalhar no Correio da Bahia, panfleto diário do senador Antonio Carlos Magalhães. Sabem que precisam fazer mágicas para transformar qualquer fato ou declaração em notícias que favoreçam ao chefe, ainda que para isso sacrifiquem a inteligência e a capacidade de interpretação do seu próprio leitor. Exemplos recentes são as revelações de que a Máfia dos Sanguessugas é produto esmerilhado durante a Era FHC, com envolvimento de toda base de sustentação do governo.

A manchete que está no site do jornal, "Governo do PT é origem dos sanguessugas" é um primor. Utiliza como base uma declaração de Geraldo Alkmin, acertada por sinal, de que cabe aos governos fiscalizarem o uso das emendas, para evitar os desvios de finalidades e os gastos superfaturados. Quanto a isso, nenhuma novidade. O fato novo são as investigações que a Controladoria Geral da União está fazendo, com o apoio da Polícia Federal e do Mínistério Público. Mas o texto tinha que se transformar a notícia em coisa ruim para o governo Lula, daí essa tirada da cartola.

Ainda da Máfia dos Sanguessugas, o texto do jornal usa de velhas práticas sofistas para limpar a barra de Paulo Magalhães, o sobrinho do Chefe, citado entre os deputados que apresentaram emendas para compra de ambulâncias suspeitas. Ao lado de uma declaração da senadora do PT Ideli Salvati, de que é errado citar nomes de parlamentares sem que se apresentem provas, o jornal "cola" a expressão "como é o caso do deputado Paulo Magalhães". Quem lê, pensa até que a senadora petista está dando um "salvo conduto" ao primeiro-sobrinho. Chega a ser piada! É como Oldack bem define, um "jornalismo molecagem" do Correio da Bahia. Um pão difícil de ganhar para quem precisa trabalhar lá.

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