13 de julho de 2006

 

Cacau: teatro, mentiras e golpes rasteiros

Na região do cacau impera o câncer carlista. É um termo que os dicionários ainda vão registrar como câncer psicológico que persegue aqueles que aceitam a doutrina do coronelismo, com suas ações rasteiras, golpes baixos e mentiras sem escrúpulo. A conclusão é do sr. João Cândido Torres, publicada no blog www.eticailheus.com.br. Ele pergunta: a quem interessa no atual cenário causar dano à imagem do PT? Quem está por trás desta trama armada contra o ex-prefeito de Itabuna, Geraldo Simões?

Está na hora de dar nomes aos bois. Há dois anos este tal Franco Timóteo retornou a Itabuna. Andava sempre pelos corredores do shopping contando suas aventuras pelo Acre, Rondônia e Bolívia. Sempre foi um jovem de comportamento duvidoso e ganhos sempre originados de meios ilícitos. A Polícia Federal já tem conhecimento disso, como ele ganhou e perdeu dinheiro nestes dez anos em que andou sumido.

Ao reaparecer, passou a freqüentar a casa de um indiano chamado Asharam, um fitopatologista que estuda a praga vassoura-de-bruxa e a monilia, outro mal da cacauicultura, e que pratica medicina ilegal em sua residência, que funciona também como uma espécie de cassino. Todo mundo sabe disso no bairro de Fátima, em Itabuna.

Asharam já foi candidato a vereador, ligado ao prefeito de Itabuna, Fernando Gomes (PFL), e alimenta um ódio mortal contra Geraldo Simões. Sua casa passou a ser freqüentada pelo criminoso confesso Luis Henrique Franco Timóteo e pelo filho de Fernando Gomes, Marcos Gomes, que é candidato a deputado estadual pelo PFL. Aí nasceu a versão do terrorismo biológico divulgado pela revista Veja.

O próprio indiano asharam já foi acusado de ser o disseminador da praga nos cacauais. Em Itabuna, sempre que alguém não gosta de alguém o acusa de ter espalhado a vassoura-de-bruxa. As hipóteses variam: na Ceplac já correu que foi este indiano; na UDR correu que foi gente de esquerda; também já se disse que foram países africanos para tirar o Brasil do mercado; a última foi esta armada pelo sr Franco Timóteo: espalhada para enfraquecer os coronéis e mudar o cenário eleitoral a favor do PT. O tema é um verdadeiro folclore em Itabuna.

Nem na época em que a Polícia Federal era controlada pelos radicais de direita da ditadura militar, se conseguiu apurar alguma coisa consistente. Mas ficou a folclórica versão da sabotagem criminosa. Agora, a coisa foi armada contra Geraldo Simões e o PT. A idéia inicial era atingir a imagem do presidente Lula, porque os armadores da trama achavam que Geraldo Simões era “íntimo” do presidente. Não deu certo e concentraram o foco no peixe menor.

Deputado estadual, duas vezes deputado federal, duas vezes prefeito de Itabuna, autor da emenda de bancada que conseguiu verbas para o projeto da barragem do rio Colônia, Geraldo Simões se tornou muito forte na região do cacau. É visível a armação política.

O sr Franco Timóteo procurou Helenilson Chaves. Foram vistos juntos diversas vezes. Alguns fazendeiros decidiram investir na história de Timóteo, que queria cobrar R$ 300 mil, mas acabou concordando em receber R$ 250 mil, depois reduzidos para R$ 200 mil.

Uma dura negociação. Helenilson Chaves conduziu Franco Timóteo para o governador Paulo Souto que, depois de se informar sobre Franco Timóteo, não levou a coisa em frente. Foram então a Juvenal Maynardi, que ajeitou o texto e cortou as gorduras das contradições mais exageradas. O Jornal Agora topou divulgar a história e daí saiu a articulação com a revista Veja.

César Borges, o senador ACM e o deputado ACM Neto entram nessa história em represália a Geraldo Simões que, como presidente da Codeba, contrariou os interesses do grupo no caso do Terminal Portuário para transporte da soja do Oeste baiano. Como não conseguiram controlar a licitação pública para o Terminal Portuário decidiram embarcar nessa história do terrorismo biológico. Foi a gota d`água para a revista Veja e para facilidades na negociação dos custos com o jornalista Policarpo Júnior e o fotógrafo Schinnader.

Durante dois meses os dois freqüentaram a residência do indiano asharam, onde mora Franco Timóteo, e usaram como escritório a redação do Jornal Agora. A matéria foi publicada antes pelo jornal Diário do Sul, mas eram tantas as contradições que viraram piada em Itabuna. A revista Veja engavetou a matéria durante mais de um ano. Agora, em pleno ano eleitoral, decidiu desengavetá-la e publicar na edição de número 1961.

Uma comédia. O resto todo mundo sabe. Fernando Gomes, expert em improbidade administrativa, virou líder do cacau. César Borges repercutiu o assunto no Senado, ACM Neto na Câmara. A bancada carlista convocou uma CPI do Cacau, embora tenha sabotado a CPI dos Grampos. Os jornais comentam a farsa na maior seriedade. Se nada der certo, eles pelo menos adiam as dívidas bancárias que alguns sonham em tungar.

Por último, a revista Veja voltou à carga entrevistando duas pessoas bem conhecidas em Itabuna: Gilberto do Fumo, amigo do indiano Asharam, e que foi demitido da Ceplac porque traficava maconha, e Zé Zoinho, que se diz produtor, ex-candidato na coligação do prefeito Fernando Gomes, e que tem uma memória prodigiosa: 20 anos depois diz ter reconhecido as fotos de dois acusados de terrorismo biológico.

Que credibilidade tem essa denúncia da Veja, do PFL e de Fernando Cuma?

Fonte: João Candido Torres - fiscalizando@gmail.com e www.eticailheus.com.br

Comments:
Esse blog, Oldack Miranda e Everaldo, é absurdo de bom!
Estupendo!

Agora sim, tenho notícias da Bahia de Fato, além de Emiliano José e outros poucos blogues com coragem de nomear os problemas da Bahia.

Leio diariamente. Parabéns!
 
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