19 de junho de 2006

 

Bebês morrem em hospital de Jequié

O deputado Emiliano José (PT-BA) viu de perto a grave situação da Maternidade do Hospital Geral Prado Valadares, em Jequié, Bahia, onde esteve pessoalmente. A Maternidade do hospital atende a rede SUS daquela cidade e das cidades circunvizinhas e tem uma média de 300 a 400 procedimentos mensais: parto normal, parto cesáreo e curetagem. Mas, a sobrecarga de trabalho está produzindo um alto índice de ASFIXIA PERINATAL, uma patologia grave com seqüelas neurológicas irreversíveis, como paralisia cerebral, e uma alta mortalidade. Há um clamor da sociedade contra a omissão do governo Paulo Souto (PFL). Por negligência, o Estado está matando pessoas e fabricando deficientes, por número insuficiente de obstetras e pediatras.
Há uma óbvia sobrecarga de trabalho. "O berçário da maternidade, apesar de ter um espaço físico para 12 leitos, freqüentemente abriga 18 a 20 recém-nascidos...", o que contraria as normas do Ministério da Saúde. Agora o grave mesmo, o gravíssimo, é que "...o índice de asfixia é elevado, entre 20% a 37%...", quando a média desta que nós poderíamos chamar de patologia é de 12% a 15%, que são os valores esperados.

Os dados de 2006 do berçário são impressionantes. Em abril, ocorreram 205 partos, 48 recém-nascidos internados e um índice de 18 recém-nascidos ASFIXIADOS desses 48 internados. Ou seja, 37,5%. Lá não há estatística seqüenciada, foi o trabalho dos médicos do hospital que possibilitou esta estatística. Se pegarmos os números do berçário em 2003, "...em fevereiro, foram 31 internados, 25,8% de asfixiados. Em março, 36 recém-nascidos internados, 35,4% de asfixiados. Em abril, 25 recém-nascidos internados, 20% de asfixiados. Em maio, 31 internados, 22,6% de asfixiados. Em junho, 35 recém-nascidos, com 32% de asfixiados. Em julho, 37 internados, com 32% de asfixiados.". Só para dar o exemplo do ano de 2003.

Jequié não dá muita sorte com sua representação política. Vale lembrar que César Borges, ex-governador e atual senador (PFL) é de lá, mas não tem voz com Paulo Souto. É grave a situação dessa maternidade, que precisa de uma intervenção imediata para que não continue a produzir pessoas com deficiência pela ASFIXIA PERINATAL, num índice muito maior do que aquele que normalmente acontece em outros hospitais.

A situação se agrava a cada dia. A demanda vem aumentando sem ampliação do espaço físico ou recursos humanos. Hoje, conta com DOIS obstetras de plantão nas 24 horas para procedimentos e puerpério. Com UMA enfermeira assistente para TODOS os setores da maternidade, DOIS auxiliares de enfermagem para 35 leitos do alojamento conjunto, UM único auxiliar para o berçário, DOIS auxiliares para admissão e pré-parto, e DOIS pediatras diaristas para berçário e alojamento conjunto, o que leva a maternidade a ficar a maior parte do tempo SEM pediatra.

NASCER NA BAHIA É DUREZA!

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