27 de março de 2012
O Brasil e seu mundo corporativo racista
São 9h da manhã. Dia 27 de março de 2012. A Secretária do Presidente entra em minha sala e afirma: “Estou linda não é gente? Voltei a cachear meus cabelos. Resolvi não dar bola para os preconceitos da sociedade que nos fazem alisar e pintar os cabelos de loiro”. E Aí ela completou: “Nossa sociedade é racista”.
Fiquei aqui conversando com o Chefe da Unidade de Marketing e Relações Públicas, Marcelo Gentil e a secretária do Presidente. Ele concordava que tinha racismo na sociedade. A secretária linda de cabelos cacheados dizia que era um racismo escondido, disfarçado, mas eu replicava que não, era um racismo escancarado.
Bem na minha frente estava um exemplar da Mundo Corporativo (edição janeiro/março de 2012), a revista da Deloitte, filiada até à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). Folhei a revista do início ao fim, não havia um protagonista negro, entre executivos e executivas, nem na publicidade. O Brasil é racista, o mundo corporativista é racista, e escancarado.
Então, comentei com o Chefe da Unidade de Marketing porque eu fazia questão de afixar algumas publicidades do governo da Bahia, no Mural da entrada da Agência de Fomento. As pessoas que ilustram os anúncios são mulheres, são negras e lindas! Aliás, comentei ainda que, em maio de 2011, recortei as páginas de anúncios dos principais jornais do Sul e da Bahia, referentes ao Dia das Mães. As figuras eram de mulheres brancas, loiras, cabelos lisos. A publicidade brasileira é racista. Vai introjetando na população o sentimento e a percepção de que branco é que é bonito.
NB – Quando falo da revista Mundo Corporativo não falo da qualidade. A revista é muito boa. Lança um olhar sob as regiões emergentes do interior do Brasil. Sob as microrregiões que se destacam como pólos promissores de desenvolvimento, o papel das comodities, o surgimento da nova classe média e a expansão do microsseguro. A revista é imperdível do ponto de vista do conteúdo. Mas é racista.
Fiquei aqui conversando com o Chefe da Unidade de Marketing e Relações Públicas, Marcelo Gentil e a secretária do Presidente. Ele concordava que tinha racismo na sociedade. A secretária linda de cabelos cacheados dizia que era um racismo escondido, disfarçado, mas eu replicava que não, era um racismo escancarado.
Bem na minha frente estava um exemplar da Mundo Corporativo (edição janeiro/março de 2012), a revista da Deloitte, filiada até à Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (ABERJE). Folhei a revista do início ao fim, não havia um protagonista negro, entre executivos e executivas, nem na publicidade. O Brasil é racista, o mundo corporativista é racista, e escancarado.
Então, comentei com o Chefe da Unidade de Marketing porque eu fazia questão de afixar algumas publicidades do governo da Bahia, no Mural da entrada da Agência de Fomento. As pessoas que ilustram os anúncios são mulheres, são negras e lindas! Aliás, comentei ainda que, em maio de 2011, recortei as páginas de anúncios dos principais jornais do Sul e da Bahia, referentes ao Dia das Mães. As figuras eram de mulheres brancas, loiras, cabelos lisos. A publicidade brasileira é racista. Vai introjetando na população o sentimento e a percepção de que branco é que é bonito.
NB – Quando falo da revista Mundo Corporativo não falo da qualidade. A revista é muito boa. Lança um olhar sob as regiões emergentes do interior do Brasil. Sob as microrregiões que se destacam como pólos promissores de desenvolvimento, o papel das comodities, o surgimento da nova classe média e a expansão do microsseguro. A revista é imperdível do ponto de vista do conteúdo. Mas é racista.