5 de fevereiro de 2010

 

Deputado Emiliano José (PT-BA) relata ao Portal Terra Magazine o que viu no Haiti

O Portal Terra Magazine foi mais rápido. O jornalista Cláudio Leal entrevistou o deputado federal Emiliano José (PT-BA) sobre sua visita ao Haiti destruído pelo terremoto de janeiro. A matéria intitula-se “Emiliano José: “Haiti precisa de um novo Plano Marshall”. O parlamentar petista defende um programa semelhante ao da recuperação da Europa destruída pela Segunda Guerra Mundial. Na entrevista ele relata o que viu e sentiu em Porto Príncipe. Na visão de Emiliano José, as nações do mundo inteiro precisam construir uma espécie de Plano Marshall para o Haiti. A reconstrução tem que ser total. O deputado esteve com o presidente do Haiti René Préval, com as forças armadas brasileiras, diplomatas e com integrantes da ONG Viva Rio.

(...) "Chegamos às 7 da manhã de ontem e ficamos até as 21h. Só dormimos em avião, se é que dá pra dormir. Da conversa com o presidente René Préval tive uma conclusão óbvia: até maio, ou antes de maio, é absolutamente essencial, sob pena de outro tipo de hecatombe, 200 mil barracas de lona para abrigar 1 milhão de pessoas que estão espalhadas pelas ruas. Foram espalhadas da forma mais precária, com barracas de pano, acampamentos de panos, separando as famílias por panos. Se vier um chuvaréu, pronto, epidemias e tudo o que se sabe numa situação dessa. Uma população que não tem água, a água é um problema sério. Esse é um problema crucial da conversa com Préval e da visão que nós tivemos naquela tragédia gigantesca.

(...) "Há ainda a ideia que foi proposta pelo ministro (das Relações Exteriores) Celso Amorim - e o presidente Preval gostou muito - de eliminar as taxações dos produtos haitianos. E também a ideia de perdoar as dívidas haitianas em todo o mundo, em razão da situação de impressionante miséria que o país vive. Houve uma fala muito interessante do presidente Préval: "Não basta somente culpar a natureza. Nós já tínhamos vivido quatro furacões em 2008". Ele fez outra comparação interessante. "Nós não estávamos preparados para isso. Houve os mesmos furacões e tivemos muito menos mortos. Agora, 45 segundos causaram mais de 200 mil mortes e, como se sabe, colocou por terra, literalmente, toda a estrutra física e institucional do Haiti." Palácio da Justiça, Palácio do Governo, Palácio do Legislativo, Catedral da Igreja Católica... Tudo o que você imagina como institucional os 45 segundos levaram.


LEIA NA ÍNTEGRA A MATÉRIA DE TERRA MAGAZINE

Comments:
Companheiro Deputado,
o Haiti realmente deve está uma miseria, um terro de tantas dificuldades. Temos que ajudar e fazer como o companheiro fez, ir ate la e promover de fato aten~ca e ajuda as pessoas neste momneto.

Parabens. Ficarmos onrados com sua atitude.
*Hoje lhe enviamos e mail ( mensagem ), solicitando ajuda a Zona Rural de Valença. Desde j, obrigado,

Ricardo Hage
 
A ocupação do Haiti

A catástrofe oculta uma disputa mal dissimulada pelo controle militar do Haiti. A cúpula do Canadá assumiu o fato abertamente, sem tomar decisões efetivas para preveni-lo.
É óbvio que as necessidades urgentes da população, em meio ao caos administrativo, exigem soluções drásticas. Mas a agressividade das tropas dos EUA, seu desprezo pelas instituições haitianas e a arrogância com que utilizam a superioridade bélica para assumir o comando da reconstrução evidenciam o espírito colonizador dessa duvidosa solidariedade.
A Minustah, sob comando brasileiro, foi importantíssima para a pacificação do país. A grande imprensa nacional, subalterna e jeca, desaprova nossa bandeira diante do palácio arruinado, mas aplaude comovida a propaganda dos painhos gringos, repentinamente preocupados com uma nação que eles ajudaram a destruir e depois abandonaram. Plano Marshall pode, Plano Lula pega mal.
Todos sabem como será cobrada essa dívida impagável do povo haitiano, refém de um exército especializado em realizar geopolítica na base do bombardeio. Nossos comentaristas aproveitam a tragédia para neutralizar as conquistas e pretensões internacionais da bem-sucedida política externa brasileira. É exatamente a mesma estratégia de Washington.
 
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