17 de março de 2009

 

Desenbahia financia economia solidária

O Atlas da Economia Solidária, elaborado pela Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES), registra a existência de 22 mil iniciativas entre empreendimentos sociais, cooperativas e associações.

Cada vez mais elas se consolidam como alternativas reais de combate à pobreza e à desigualdade, num contínuo processo de mudança cultural. Mas elas enfrentam dificuldades na distribuição e na comercialização dos produtos. E só não cresceram mais porque esbarram nas dificuldades de acesso ao crédito. Na Bahia, um passo à frente foi dado quando a Agência de Fomento do Estado da Bahia (Desenbahia) criou linhas de crédito específicas para a economia solidária.

Aqui, a Secretaria de Trabalho, Renda e Esporte (Setre) comandada por Nilton Vasconcelos (PCdoB) incentiva a criação de empreendimentos solidários. As linhas de crédito criadas pela Desenbahia irão beneficiar as experiências monitoradas diretamente pela SETRE.

As pesquisas revelam que, geralmente, incentivos a fundo perdido são empregados em muitos projetos de produção solidária, mas, na falta de capital de giro, as experiências tendem a fechar as portas. Muitas organizações não-governamentais (ongs) conseguem o investimento inicial para instalar uma máquina ou equipamentos, mas, lá na frente falta capital de giro e o empreendimento mingua. É que os bancos exigem garantias reais para empréstimos. E trabalhadores não têm patrimônio com valor suficiente para se constituir em garantia real. Quando a instituição financeira é estatal, as exigências aumentam, porque o dinheiro é público e a legislação rigorosa.

A decisão da Secretaria do Trabalho, Renda e Esporte de apoiar as cooperativas dos catadores de latinhas durante o Carnaval da Bahia, por exemplo, foi uma experiência exitosa. A Desenbahia liberou R$ 40 mil para capital de giro. O negócio funcionou.
Com a criação de três linhas de crédito específicas para a economia solidária a Desenbahia amplia sua presença na área da produção social.

A Agência de Fomento já financiava o Programa Estadual de Microcrédito com a linha Credibahia, voltada para pequenos empréstimos a trabalhadores informais. Eles são donos de seu próprio negócio. Desde a criação do Credibahia foram empregados R$ 67,3 milhões. Agora, começa a fase do apoio à economia solidária, empreendimentos coletivos, associativos, cooperativados, em que todos são donos. É um passo à frente.

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