27 de agosto de 2010

 

Prefeitura do João se vendeu para construtoras

O jornal A Tarde de hoje (27) botou o dedo na ferida. Há uma sincronia entre a doação de projetos feitos por empresas privadas ao município de Salvador, para a anunciada requalificação urbana e o comportamento da prefeitura diante do processo judicial que determinou a derrubada de 349 barracas da Orla.

Ou seja, para Lula cumprir sua promessa de resolver o problema dos barraqueiros que tiveram suas barracas destruídas, com cobertura judicial, ele vai ter que desmontar uma poderosa armação imobiliária.

Reportagem assinada por Vitor Rocha sob o título “Barracas e projetos doados geram polêmica” afirma que em abril de 2007 a Justiça determinou a derrubada das barracas depois de pedido do Ministério Público Federal (MPF). A reportagem identifica até a coicindência de proximidade entre os espigões e as barracas de praia.

A prefeitura recorreu e conseguiu suspender a decisão, mas, em julho de 2009, desistiu do recurso. A decisão voltava a valer. Nesse mesmo período, a Fundação Baía Viva assinou contrato com a empresa Brasil Arquitetura para elaborar o projeto da Cidade Baixa. O objetivo, conforme o contrato, era doá-lo à prefeitura.

DOADORES OCULTOS

Poderes público e privado articulavam suas ações no futuro. No final de janeiro deste ano, a prefeitura lançou, com pompas, o conjunto de 22 projetos intitulado Salvador Capital Mundial, mas sem revelar quem eram os doadores dos projetos.

Entre eles o da orla atlântica, feito pela OAS, que valoriza os empreendimentos na região. Em maio, quatro meses depois, João Henrique resolveu cumprir a decisão judicial, que já durava dez meses, e autorizou a derrubada de 137 barracas depois de pedir autorização à Justiça.

Ao passo em que consentiu e solicitou a derrubada das barracas de praia, a Prefeitura de Salvador sinalizou com a intenção de implementar projetos desenvolvidos por empresa do setor imobiliário para construir novas barracas, padronizadas, e restaurantes de luxo ao longo da orla.

O projeto da orla atlântica, ou masterplan, como prefere chamar o staff municipal, foi doado por empresa do grupo OAS e apresentado pela prefeitura como se fora seu, em janeiro deste ano, no pacote Salvador Capital Mundial.

Entidades civis questionam a interferência das empresas no planejamento urbano da cidade, o que deixaria o interesse público em segundo plano. Os 22 projetos do Capital Mundial foram feitos por empresas privadas. O de requalificação da Cidade Baixa, por exemplo, custou R$ 1,3 milhão à Fundação Baía Viva, controlada por Carlos Suarez, o ex-representante do “S” de OAS. A TARDE revelou as ligações entre setor público e privado em fevereiro e a Baía Viva – entidade sem fins lucrativos que trabalha para imobiliárias – tomou de volta o projeto.

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