25 de julho de 2010
Serra, PSDB e jornalistas de direita retomam discurso anticomunista e conservador que levou ao golpe de 1964
A campanha de Serra à presidência ressuscitou um discurso udenista que a redemocratização do país havia praticamente enterrado. A “denúncia” de ligação do PT com as FARC da Colômbia, além de falsa, equivale às acusações dos militares golpistas contra a esquerda que lutou contra a ditadura. Eles seriam agentes financiados pelo ouro de Moscou. Atrás dos votos da porção silenciosa da população, o discurso da campanha de Serra está eivado de moralismo, agressividade e conservadorismo de costumes, além de gosto atávico pela mentira.
O discurso reacionário não é um acidente. Faz parte da estratégia eleitoral dos dirigentes do PSDB/DEM. Um grande retrocesso. No caso do DEM não há nada de novo, porque eles são os políticos ou os herdeiros políticos do ex-PFL, ex-PDS, ex-ARENA, as várias versões dos partidos que defenderam a ditadura militar de 1964 com seus assassinatos, desaparecimentos e torturas. Da parte do DEM é também uma reação rancorosa contra o PT que desde o nascimento denunciava as malfeitorias dos donos do poder.
Duro é ver Serra e os dirigentes do PSDB jogarem no lixo suas próprias trajetórias de luta contra a ditadura. Serra foi da Ação Popular, organização revolucionária que lutou contra a ditadura. José Aníbal (PSDB-SP) foi companheiro de Dilma Rousseff na POLOP; Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato ao Senado, militou na ALN, organização revolucionária que aderiu à luta armada; Fernando Gabeira (PV-RJ), candidato ao governo do Rio, foi do MR-8 da luta armada e dos sequestros.
E o que dizer dos ex-comunistas do velho partidão (PCB) que rejeitou a via armada e propôs resistência política à ditadura? Dele fizeram parte o governador paulista Alberto Goldman (PSDB-SP); o ex-prefeito César Maia (DEM-RJ), o senador Arthur Virgílio Neto ((PSDB-AM) e o ex-deputado Roberto Freire (PPS-SP). Todos lutaram contra a ditadura militar integrados ao MDB. Na Bahia poderiam ser citados Marcelo Cordeiro (PSDB) e João Almeida (PSDB), sendo que este chegou a ser preso político.
O Brasil é uma democracia graças à luta de todos eles. Dos que optaram pela resistência no MDB e pelos que optaram pela luta armada, como os hoje petistas José Genoíno, José Dirceu, Fernando Pimentel, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Zarattini, Rui Falcão, Franklin Martins, Carlos Minc e Dilma Roussef. E também graças à luta dos sindicalistas que promovendo greves em massa colocaram em xeque a ditadura, como Luis Inácio Lula da Silva. Da Bahia pode ser citado Emiliano José, entre muitos.
Todos, todos lutaram contra a ditadura militar. Graças a eles o Brasil vive numa democracia , imperfeita, mas democracia com eleições. A diferença que é que os tucanos rasgaram suas histórias de luta. Agora, quem lutou contra a ditadura é criminalizado pelo discurso deles. Dilma Rousseff foi da VPR, ohh, alguém do PT falou com representantes das FARC, ohh, alguns combatentes assaltaram bancos, ohh. Tal candidato é a favor da descriminalização do aborto, ohh, fulano é ateu, ohh. Tal candidato é contra símbolos religiosos nas repartições públicas, ohh. Mais um pouco e a campanha do Serra vai denunciar “comunistas que comem criancinhas” como pregavam os militares assassinos e a ARENA. É mais que hipocrisia política. É a adoção consciente e pensada de uma perigosa estratégia de campanha eleitoral.
E os jornalistas, onde ficam nisso tudo? Praticamente todas as revistas e jornais editam matérias com tom denuncista, lembrando a UDN de Carlos Lacerda e ACM que levou Getúlio Vargas ao suicídio e dez anos depois ao golpe militar. Geralmente são contra o PT. Há uma caça moralista a supostos desvios de conduta, sempre por parte de petistas que apóiam Dilma Rousseff.
Lúcido é o presidente Lula que tem rejeitado esse discurso reacionário. Dilma Rousseff lutou contra a ditadura? Pois sua vida é comparável à vida de Nelson Mandela, responde Lula. Marighella, como Tiradentes, foi um herói do povo brasileiro, afirma Lula. Há jornalistas que publicam em seus blogs fotos de massacres na Colômbia, atribuídos às FARC, mas perpetradas pelos paramilitares ligados a Uribe.
Para eles, não importa a verdade. O que importa é reavivar planos de guerrilha, cenas sangrentas, e vincular o PT às FARC. São técnicas nazistas. As mentiras repetidas mil vezes tornam-se verdades.
O discurso reacionário não é um acidente. Faz parte da estratégia eleitoral dos dirigentes do PSDB/DEM. Um grande retrocesso. No caso do DEM não há nada de novo, porque eles são os políticos ou os herdeiros políticos do ex-PFL, ex-PDS, ex-ARENA, as várias versões dos partidos que defenderam a ditadura militar de 1964 com seus assassinatos, desaparecimentos e torturas. Da parte do DEM é também uma reação rancorosa contra o PT que desde o nascimento denunciava as malfeitorias dos donos do poder.
Duro é ver Serra e os dirigentes do PSDB jogarem no lixo suas próprias trajetórias de luta contra a ditadura. Serra foi da Ação Popular, organização revolucionária que lutou contra a ditadura. José Aníbal (PSDB-SP) foi companheiro de Dilma Rousseff na POLOP; Aloysio Nunes (PSDB-SP), candidato ao Senado, militou na ALN, organização revolucionária que aderiu à luta armada; Fernando Gabeira (PV-RJ), candidato ao governo do Rio, foi do MR-8 da luta armada e dos sequestros.
E o que dizer dos ex-comunistas do velho partidão (PCB) que rejeitou a via armada e propôs resistência política à ditadura? Dele fizeram parte o governador paulista Alberto Goldman (PSDB-SP); o ex-prefeito César Maia (DEM-RJ), o senador Arthur Virgílio Neto ((PSDB-AM) e o ex-deputado Roberto Freire (PPS-SP). Todos lutaram contra a ditadura militar integrados ao MDB. Na Bahia poderiam ser citados Marcelo Cordeiro (PSDB) e João Almeida (PSDB), sendo que este chegou a ser preso político.
O Brasil é uma democracia graças à luta de todos eles. Dos que optaram pela resistência no MDB e pelos que optaram pela luta armada, como os hoje petistas José Genoíno, José Dirceu, Fernando Pimentel, Marco Aurélio Garcia, Ricardo Zarattini, Rui Falcão, Franklin Martins, Carlos Minc e Dilma Roussef. E também graças à luta dos sindicalistas que promovendo greves em massa colocaram em xeque a ditadura, como Luis Inácio Lula da Silva. Da Bahia pode ser citado Emiliano José, entre muitos.
Todos, todos lutaram contra a ditadura militar. Graças a eles o Brasil vive numa democracia , imperfeita, mas democracia com eleições. A diferença que é que os tucanos rasgaram suas histórias de luta. Agora, quem lutou contra a ditadura é criminalizado pelo discurso deles. Dilma Rousseff foi da VPR, ohh, alguém do PT falou com representantes das FARC, ohh, alguns combatentes assaltaram bancos, ohh. Tal candidato é a favor da descriminalização do aborto, ohh, fulano é ateu, ohh. Tal candidato é contra símbolos religiosos nas repartições públicas, ohh. Mais um pouco e a campanha do Serra vai denunciar “comunistas que comem criancinhas” como pregavam os militares assassinos e a ARENA. É mais que hipocrisia política. É a adoção consciente e pensada de uma perigosa estratégia de campanha eleitoral.
E os jornalistas, onde ficam nisso tudo? Praticamente todas as revistas e jornais editam matérias com tom denuncista, lembrando a UDN de Carlos Lacerda e ACM que levou Getúlio Vargas ao suicídio e dez anos depois ao golpe militar. Geralmente são contra o PT. Há uma caça moralista a supostos desvios de conduta, sempre por parte de petistas que apóiam Dilma Rousseff.
Lúcido é o presidente Lula que tem rejeitado esse discurso reacionário. Dilma Rousseff lutou contra a ditadura? Pois sua vida é comparável à vida de Nelson Mandela, responde Lula. Marighella, como Tiradentes, foi um herói do povo brasileiro, afirma Lula. Há jornalistas que publicam em seus blogs fotos de massacres na Colômbia, atribuídos às FARC, mas perpetradas pelos paramilitares ligados a Uribe.
Para eles, não importa a verdade. O que importa é reavivar planos de guerrilha, cenas sangrentas, e vincular o PT às FARC. São técnicas nazistas. As mentiras repetidas mil vezes tornam-se verdades.