25 de outubro de 2006

 

Dia 29, domingo, será o fim da ditadura militar de 64

Em seu blog, Zé Dirceu comenta que no dia 29, domingo, a ditadura militar chega ao fim. Ele se refere ao artigo do filósofo Marcos Nobre, da Unicamp, publicado na Folha de S. Paulo (25), que chama a atenção para este acontecimento importante que é a derrota definitiva da ditadura militar de 1964. “Ditaduras demoram a morrer, mesmo depois que acabam”, afirma Marcos Nobre. Trata-se da morte do PFL, partido político herdeiro dos partidos que sustentaram a ditadura militar e núcleo duro da coalisão que sustentou politicamente os oito anos de FHC. O encolhimento do PFL prenuncia a retomada da aliança de centro-esquerda com o PMDB, herdeiro do partido que resistiu à ditadura militar. Será um novo degrau na redemocratização brasileira.

LEIA O ARTIGO DE MARCOS NOBRE:

Dura de matar

Reproduzido da Folha de São Paulo

Jorge Bornhausen disse que ia se ver livre "dessa raça" nas eleições de 2006, referindo-se em especial ao PT, mas mirando em qualquer coisa que pudesse parecer remotamente de esquerda. E o feitiço não se voltou apenas contra ele e seu partido, mas contra quem que se dizia protegido por santos de toda sorte, como era o caso de ACM na Bahia.

As posições se inverteram de tal maneira que a questão agora é: será que o PFL conseguirá sobreviver como um dos quatro grandes partidos? E o problema não é trivial, já que o modelo instaurado por FHC previa um pólo político de dupla sustentação, com a aliança entre PSDB e PFL, e outro pólo com um PT solitário, se debatendo para encontrar aliados, emparedado contra um PMDB sempre dividido e instável.

No primeiro mandato de Lula, uma aliança com parte do PMDB só se realizou após a crise de 2005. Foi uma aliança ainda episódica, por pura necessidade de sobrevivência. Uma aliança efetiva só se deu durante as eleições.

O segundo mandato de Lula vai montar um pólo político de dupla sustentação, com PT e PMDB, ao mesmo tempo em que vai minar como puder o bloco PSDB-PFL. Será uma estratégia de isolar o quanto possível o PSDB, tarefa facilitada pelo próprio declínio do PFL, que não deverá governar nenhum Estado, apenas o Distrito Federal.

Deve perder até mesmo Roseana Sarney para o PMDB. Teve a maior perda proporcional de bancada na Câmara (quase 20%) e, sem o governo de Estados eleitoralmente importantes, deverá perder mais deputados e prefeitos para outros partidos. Só se mantém forte no Senado porque a Casa tem uma "inércia política" muito grande, com mandatos mais longos e um grande número de ex-governadores.

Em sua série de livros sobre a ditadura militar, Elio Gaspari lembra que o general Golbery era "o feiticeiro". Pode-se discutir a estatura política e a qualidade dos feitiços de cada um dos personagens, mas atribuir a Bornhausen o mesmo título parece apropriado.

Afinal, o PFL nasceu de uma dissidência um pouco menos curta de vistas do partido oficial da ditadura. Teve destino eleitoral e político superior ao seu ninho original. Tanto que passou quase duas décadas se orgulhando de ser o partido com maior capilaridade política do país, atingindo os rincões mais profundos. Tudo isso acabou nestas eleições.

Ditaduras demoram a morrer, mesmo depois que acabam.

O atual encolhimento do PFL é uma das mais importantes e significativas mortes da ditadura militar brasileira.

Jorge Bornhausen vai ter de agüentar bem mais que a "raça petista". Terá de agüentar o resultado de uma eleição democrática que pode fazer com que o PFL venha a se juntar em futuro não tão distante ao time dos pequenos partidos brasileiros.

MARCOS NOBRE é professor de filosofia política da Unicamp e pesquisador do Cebrap

 

O teólogo Leonardo Boff vota em Lula

O teólogo Leonardo Boff afirma que correu quase todo o planeta, encontrou-se com nomes notáveis da política, das ciências, do pensamento e das artes. Dentre os mais inteligentes que encontrou está Luiz Inácio Lula da Silva, nosso presidente. “Somente ignorantes podem chamá-lo de ignorante. Sua inteligência pertence ao seu carisma: desperta, arguta, indo logo ao coração dos problemas e sabendo formulá-los do seu jeito próprio, sem passar pelo jargão científico”. A vitória de Lula é a vitória da senzala contra a Casa Grande. Ele espera que as elites não se utilizem do expediente do assassinato para abortar a vitória da senzala, como já aconteceu no Brasil.

http://www.informante.net/

 

No Datafolha Lula já tem 61% dos votos válidos. É mole?

Como diz o presidente Lula, o segundo turno das eleições é uma graça de Deus, pois permite tirar as dúvidas do povo. Se ganhasse no primeiro turno, ganharia com pouco mais que 50% dos votos válidos. Mas, como vai ganhar no segundo turno, ganha com ampla maioria de votos do povo brasileiro. Com mais de 60% nem os mais radicais direitistas do PSDB/PFL e PPS ousariam retomar a idéia do golpe branco, o tal terceiro turno através de batalha judicial contra a vontade do povo - uma idéia que depõe contra o Poder Judiciário.

COM PESQUISA DATAFOLHA ALCKMIN PODE TIRAR O CAVALINHO DA CHUVA:

Pesquisa Datafolha divulgada hoje (24) pelo Jornal Nacional, com margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos, revela:

Votos válidos (excluindo-se os votos brancos, nulos e indecisos)
Lula (PT): 61%
Alckmin (PSDB): 39%

Intenções de voto
Lula (PT): 58%
Alckmin (PSDB): 37%
Brancos e nulos: 2 %
Indecisos: 3%

Avaliação do governo
Ótimo ou bom: 53%
Regular: 31%
Ruim ou péssimo: 15%

O Datafolha ouviu 7.218 pessoas, em 347 municípios, entre ontem e hoje. A pesquisa foi registrada no Superior Tribunal Federal sob o número 23200/06.
A vantagem do presidente Lula está aumentando de acordo com os quatro últimos levantamentos do Datafolha.

Em 6 de outubro, Lula registrava 54% dos votos válidos; Alckmin, 46. Diferença de oito pontos.

Em 11 de outubro, o presidente apresentava 56% dos votos válidos; Alckmin, 44. Diferença de 12 pontos.

Em 17 de outubro, Lula aparecia com 60% dos votos válidos; Alckmin, 40. Diferença de 20 pontos.

Na pesquisa de 24 de outubro a diferença entre Lula e Alckmin é de 22 pontos.

O povo brasileiro é sábio e sabe votar, ao contrário da grande mídia.

 

O hamster está irado e não engole a derrota para o PT

Inimigos, adversários e até carlistas de expressão nacional são unânimes em afirmar que o grande derrotado nas eleições da Bahia, onde o petista Jaques Wagner sagrou-se governador, é o senador Antonio Carlos Magalhães (PFL-BA). Além de amargar o despejo do governador Paulo Souto, que era supostamente favorito na disputa pelo Palácio de Ondina, ACM perdeu a briga pelo Senado, com o amigo e senador Rodolfo Tourinho, e ainda viu a bancada federal encolher seis cadeiras, com a eleição de apenas 13 pefelistas, contra os 19 vitoriosos de 2002.

Foram tantas as derrotas, que nem o próprio ACM contesta que é o grande perdedor. "Derrotado não fala; espera. E eu estarei esperando, amando sempre a Bahia, cada vez mais," afirmou um ACM resignado, que até a véspera da eleição apostava que seu grupo cresceria tanto no Congresso quanto na Assembléia Legislativa, onde os adversários consideram que a maioria obtida agora nem tomará posse porque não resistirá ao assédio do novo governo até o fim do ano

Mas a mão de ACM virou contra a população. ACM foi para vingança. Aliados do pefelista ACM e prefeitos do interior avisaram que vão abandonar a prática, (pelo menos nessas eleições) proibida por lei mas largamente usada na Bahia por ACM, de transportar eleitores no dia da votação. A tática tem o objetivo de aumentar a abstenção e evitar que Lula amplie sua votação no Estado.

Fonte Blog Os Amigos do Presidente Lula
http://www.osamigosdopresidentelula.blogspot.com/

OBSERVAÇÃO:
1) Mal tive tempo de postar o blog acima e vejo que o senador ACM e seu cúmplice servil César Borges abriram o berreiro no Senado ecoando matéria com título enganoso do jornal O Estado de S. Paulo. Aproveitaram-se do título mafioso do Estadão sobre uma suposta afirmação de Jaques Wagner sobre os envolvidos no caso do dossiê e já começaram a oposição ao governo democrático da Bahia que nem tomou posse. É típico. Isolados, ACM e César Borges esperneiam como podem.
2) Desnecessário dizer que Wagner declarou mesmo é que todo cidadão, inclusive os envolvidos no caso do dossiê têm direito a não se auto-incriminarem, não são obrigados a declararem qualquer coisa que se incriminem. É direito constitucional. Cabe a quem acusa o ônus da prova. O Estadão transformou essa afirmação no título “Wagner defende o direito a mentira”. É nessa barca que os decadentes e derrotados políticos baianos do PFL entraram.
3) Aliás, direito à mentira é o que mais César Borges e ACM exerceram nestes últimos 16 anos em que dilapidaram os cofres do tesouro estadual. E como mentem.

24 de outubro de 2006

 

Eleito deputado, Frank Aguiar vota em Lula

Eleito deputado federal com 145 mil votos pelo PTB de São Paulo, o cantor e compositor Frank Aguiar não quer ser tratado como "exótico" no palco que passará a ocupar a partir de fevereiro de 2007. Ele avisa que tem projeto político. Com cinco milhões de discos vendidos, o forrozeiro pé de serra, 36 anos, vota pela reeleição de Lula, apóia os programas sociais e tem propostas para educação e cultura. Sobre Lula diz: “Ele faz uma coisa muito boa e que eu gosto que é de não deixar as coisas embaixo do tapete, de dar liberdade para abrirem as CPIs, para abrirem as investigações, de mandar apurar", afirma. "E eu não posso julgar ninguém antes das condenações".

Gostei desse cara e vou comprar seu último sucesso: “Vou te excluir do meu orkut”

23 de outubro de 2006

 

Luiz Felipe de Alencastro explica porque vota em Lula

O historiador brasileiro Luiz Felipe de Alencastro é profesor na Universidade de Paris. No primeiro turno votou em Lula. E vai votar novamente no segundo turno. Ele acredita que o PT e Lula são portadores de um projeto democrático de transformação social. Ele não poupa o candidato do PSDB de críticas e acha que Geraldo chegou ao segundo turno por causa das manobras delituosas de membros do PT. Mas, afirma ver no comportamento de Geraldo Alckmin "a habitual arrogância tucana", ao não apresentar um programa claro de governo, por considerar que "basta repetir que a esquerda é burra e, ainda por cima, desonesta". Para o historiador, Alckmin apresentou nesta campanha "uma imagem de farmacêutico do interior num filme de Mazzaropi". Para o historiador, os objetivos do PT e de Lula devem ser os mesmos de toda esquerda democrática: transformar a maioria social do país em maioria política.

A seguir, trechos da entrevista para Rafael Cariello, na Folha de S. Paulo.

FOLHA - Em quem o sr. votou?

LUIZ FELIPE DE ALENCASTRO - Votei em Lula, como nas eleições precedentes em que ele se candidatou. Penso que o PT e Lula são portadores de um projeto democrático de transformação social que foi parcialmente realizado no primeiro mandato e poderá ser completado num segundo mandato. Votarei novamente em Lula no dia 29 de outubro. Mas, agora, com um pé atrás. Os erros de Lula e os atos delituosos da direção do PT suscitam reflexões pessimistas. Mas o impulso para o progresso social e a confiança no processo democrático, explicitados no voto majoritário que Lula obteve entre as camadas populares e a população negra, geram o otimismo da vontade de mudança.

FOLHA - O que achou do resultado do primeiro turno?

ALENCASTRO - Consolidaram-se duas mudanças positivas: o sistema de dois turnos, garantia de resultados não sujeitos à contestação, e o instituto da reeleição. Quebrou-se um tabu: o presidente candidato à reeleição não é imbatível. Lula levou uma fubecada e foi empurrado para o segundo turno. As sondagens mostram que 66% do eleitorado acha isso bom. O eleitorado aprendeu a manejar os dois turnos e quer mais explicações. Lula deve estar preparado para explicar o mensalão e o "dossiegate". Mas Alckmin talvez seja levado a formular os esclarecimentos que FHC não deu sobre as privatizações e a compra de votos para a emenda da reeleição.

FOLHA - O que lhe parece a candidatura Alckmin?

ALENCASTRO - Alckmin só chegou no segundo turno por causa das manobras calamitosas e suicidas do PT. No seu comportamento há a habitual arrogância tucana: não é preciso detalhar um programa de governo -procedimento essencial para todo postulante sério à Presidência-, basta repetir que a esquerda é burra e, ainda por cima, desonesta.

FOLHA - É possível explicar como um candidato constantemente apresentado como antipopular chega a angariar 40% dos votos?

ALENCASTRO - Alckmin representa um arco de alianças partidárias cujo potencial pode abarcar mais da metade do eleitorado brasileiro. Sua representatividade partidária é real. Mas foi ele próprio que forjou sua imagem de ator secundário da política brasileira. Foi ele que se projetou como um político de reserva, eterno vice-governador. Alckmin também aparece como um político provinciano que jamais se preocupou -ao contrário de Lula, FHC ou Serra- em estabelecer contato com lideranças políticas estrangeiras. Com a forte inserção do Brasil na diplomacia e no comércio internacionais, isso é uma lacuna grave. Ele é despreparado neste terreno e já deu vexame numa entrevista a um canal de TV australiano, fugindo de suas responsabilidades no governo de São Paulo. Sua propaganda eleitoral, mostrando a casinha de Pindamonhangaba, pagou o mico. Instalou uma imagem de farmacêutico do interior num filme de Mazzaropi. No debate da Bandeirantes, ele tentou consertar, falando grosso e grosseiramente. Gerou um conflito de imagens que provocou sua queda nas sondagens.

FOLHA - Lula opôs constantemente, no primeiro turno, o "povo" e a "elite". Faz sentido o discurso?

ALENCASTRO - Faz todo o sentido. Afinal o que se está querendo neste país? Que os evangélicos e a polícia resolvam os problemas gerados pela miséria e as desigualdades? É fundamental que essas opções sejam assumidas por um partido inserido no jogo democrático, por um presidente respeitador das instituições. A idéia de conflito de interesses é fundamental no funcionamento da democracia. Por minha parte, sempre achei que os objetivos do PT e de Lula devem ser os mesmos de toda esquerda democrática: transformar a maioria social do país em maioria política.

21 de outubro de 2006

 

Acidente mata sindicalistas, Wagner suspende programação de campanha neste domingo

Acidente mata dois coordenadores da campanha de Lula na Bahia. Jaques Wagner suspende programa de campanha deste domingo em Senhor do Bonfim e Serrinha

O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, suspendeu toda a programação de campanha pela reeleição do presidente Lula, neste domingo (22). O cancelamento da programação em Senhor do Bomfim e Serrinha foi motivado pelo falecimento dos sindicalistas integrantes do Comitê Sindical de Apoio ao Presidente Lula – Antônio Jorge Nascimento da França e Antônio Carlos Marocci Rivas – em acidente de carro na estrada perto de Oliveira dos Brejinhos (BA), vindo de Barreiras, Oeste do Estado. O carro em que eles viajavam se chocou, por volta das 11h deste sábado, de frente com uma carreta de soja.

Jaques Wagner, que estava em São Paulo para participar do Comício dos Nordestinos, organizado pela campanha do presidente Lula, retornou à Bahia. Amanhã, domingo, às 15h30, no Jardim da Saudade, os corpos dos militantes do PT serão enterrados, com a presença do governador eleito. Transportados pela Petrobrás, os corpos dos sindicalistas chegam a Salvador amanhã, pela manhã.

Rivas, 39 anos, 2 filhos, era funcionário da Transpetro, e Jorge França, 40 anos, 1 filho, era petroleiro da Petrobrás. Os dois eram dirigentes do Sindicato do Ramos Químico, Petroquímico e Petroleiro do Estado da Bahia.

 

Até Michael Löwy vota em Lula

O sociólogo marxista Michael Löwy considera que uma vitória de Alckmin seria uma verdadeira catástrofe. Radicado na França há mais de 40 anos, Löwy tem cidadania brasileira e afirma que votará em Lula. Ele votou em Heloísa Helena no primeiro turno. Em entrevista à Agência Carta Maior, o intelectual afirmou que via, sim, diferenças entre um possível segundo governo Lula e um eventual governo tucano: “Acho que existem diferenças, sim. São duas variantes da política liberal, mas mesmo assim não são equivalentes. Um governo Alckmin seria catastrófico para os trabalhadores brasileiros. Seria um governo reacionário, que buscará a privatização do pouco que resta de empresas nacionais, como a Petrobras, e dos serviços públicos, e investirá na repressão aos movimentos sociais”.

Ressaltando que falava em nome pessoal, e não do PSOL, Löwy garantiu que vai exercer seu direito de voto no dia 29, na embaixada brasileira na França, e vai de Lula, convencido de que é importante evitar que chegue ao poder um personagem perigoso, identificado com a Opus Dei, e com a versão mais brutal, repressiva e antipopular do capitalismo selvagem”.

20 de outubro de 2006

 

ACM já trama como prejudicar futuro Governo Wagner

Segundo o jornal A Tarde (20/10/06) o senador ACM, além de admitir a derrota de Alckmin, já articula a oposição ao Governo Wagner. As articulações começaram nesta semana em Feira de Santana e Alagoinhas. Esta é uma péssima, mas, previsível notícia. O hamster, a fera ferida, não hesitará em prejudicar a Bahia, desde que isso sirva aos seus objetivos políticos de voltar ao poder a qualquer custo. Assim foi feito quando a deputada federal eleita Lídice da Mata foi prefeita de Salvador. À época, ele vetou repasses dos governos Federal e Estadual e ainda cercou a prefeitura através do Poder Judiciário, que ele controlava com mão de ferro.

O eixo do mal articulado pelo senador ACM inclui o serviçal senador César Borges, o iracundo deputado federal ACM Neto, o deputado federal José Carlos Aleluia e os derrotados Paulo Souto, Eraldo Tinoco e Rodolfo Tourinho, além da bancada carlista na Assembléia Legislativa da Bahia. É um direito do senador ACM fazer oposição, mas, prejudicar a Bahia tentando atrapalhar o futuro Governo Wagner não será tolerado nem haverá espaço. Enquanto o senador ACM trama o mal contra o povo, o governador eleito, Jaques Wagner, percorre o Estado pregando a união política suprapartidária pelo bem da Bahia.

LEIA MATÉRIA QUE APONTA ARTICULAÇÃO DO HAMSTER:
ACM já admite a derrota de Alckmin
SUCURSAIS FEIRA E ITABUNA
borges@grupoatardecom.brnaco@grupoatarde.com.br

O senador Antonio Carlos Magalhães (PFL) deu a entender, ontem (19), que já considera impossível a vitória do candidato do PSDB à Presidência da República, Geraldo Alckmin, ao apelar para que seus correligionários trabalhem para diminuir a vantagem do candidato do PT, Luiz Inácio Lula Silva. “Cada um de vocês aqui é uma liderança capaz de conseguir uma vitória nas próximas eleições (em 2008) e pelo menos diminuir a diferença agora”, disse o senador.

Antonio Carlos Magalhães começou a articular, ontem, em Alagoinhas, a linha de ação do PFL e partidos coligados baianos para enfrentar Jaques Wagner no governo da Bahia e o segundo mandato de Lula na Presidência.

O senador deixou bem claro que Jaques Wagner e Luiz Inácio Lula da Silva serão retaliados na Assembléia Legislativa da Bahia e no Congresso Nacional, caso os municípios baianos governados por pefelistas e aliados sejam discriminados com repasses de recursos: “Vamos nos manter unidos, prefeitos, deputados e senadores, para não votar nada que interesse a eles (o PT)”.

ANESTESIA – O senador falou duas vezes, em dois trechos do discurso, da necessidade de união dos carlistas e correligionários, “para que possamos derrotá-los nas eleições de 2008 e 2010”. Ele lembrou o que aconteceu quando Waldir Pires venceu em 1986 e disseram que o carlismo estava morto.

Nesse encontro de Alagoinhas, os apelos em torno da união dos carlistas e aliados foram destoados, publicamente, nos discursos do vice-governador Eraldo Tinôco e do governador Paulo Souto. O primeiro atacou os programas sociais do governo Lula, enquanto o segundo tentou amenizar, para evitar o mesmo estrago eleitoral que as críticas ao Bolsa Família causaram no primeiro turno.

“Vencer o segundo turno não é uma das tarefas mais fáceis, principalmente no Nordeste, onde a influência de alguns programas do governo federal está anestesiando o povo”, disse Eraldo Tinôco, no discurso de abertura. “O Nordeste precisa dos programas sociais que estão aí, mas necessita de muito mais, de perspectivas de vida, de esperança e de emprego para o povo”, disse Souto, ao discursar depois.

ITABU NA – A reunião que a cúpula do PFL fez, ontem, em Itabuna, para fortalecer a campanha de Geraldo Alckmin (PSDB), junto a lideranças regionais, foi chamada pelo senador Antonio Carlos Magalhães de encontro da resistência e da reação contra o governo da corrupção e da covardia.

ACM disse que o povo está extasiado com a demagogia e não enxerga o valerioduto, os dólares na cueca e os sanguessugas. E insinuou que “vai aparecer o escândalo do cartão de crédito, para desmoralizar Lula e toda a sua família, que vivem às custas do País”.

O senador disse que a democracia “nos faz suportar quatro anos do preguiça que venceu Paulo Souto, referindo-se ao governador eleito, Jaques Wagner (PT), mas nós vamos virar com Alckmin para cobrar dele (Wagner) todas as obras de que a Bahia precisa e completar a vitória em 2010”.

 

Fundador do PSOL agora vota em Lula

Chico Oliveira deu a testa. Vai votar em Lula no segundo turno. Sociólogo, 72 anos de sabedoria, professor titular aposentado do Departamento de Sociologia da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, coordenador do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania (USP), Francisco de Oliveira divergiu do PT e do Governo Lula, sendo um dos fundadores do PSOL. É autor, entre muitos outros títulos, de “Crítica à Razão Dualista – o onitorrinco”.

Votou na doida. Agora vota em Lula e explica as diferenças entre as candidaturas do PSDB e do PT:

“Acho que a reeleição é uma nova eleição. Os espaços que tínhamos em 2002, de outra forma, voltam a se apresentar, como a questão das privatizações. Esse era um tema proibido durante o governo Lula e ainda mais na era de FHC. Os que dissentiram foram marginalizados. Por que esse tema volta agora a ser central? Por que se abre uma nova disputa. Por isso, eu considero a possibilidade de se votar em Lula.

Várias forças que atuaram dentro do PT voltam a ter chance de disputar esse governo. Estou disposto a voltar a correr esse risco, embora o governo não me agrade, seja capitalista e poderia ter avançado muito mais. Acho o voto nulo um equívoco. Há um espaço que pode se alargar. Há diferenças entre o governo Lula e um possível governo Alckmin.

Não espero mudanças na política econômica, ela continuará mesma. Mas há uma pequena chance de mudança. Por isso voto em Lula agora. E devemos usar oportunisticamente o fato de Lula precisar de votos agora, para colocar reivindicações que seu governo soterrou. Temos de atacar pelo lado social”.

 

Dom Mauro Morelli vota em Lula

Dom Mauro Morelli é bispo emérito da diocese de Duque de Caxias. De São Paulo, no Dia da Criança, em carta pública, recomendou o voto em Lula. Leia o trecho da longa carta em que explicita o voto em Lula:

"Espero que Lula receba mais um mandato

(...) Sem erradicar o analfabetismo o Brasil não sai do atoleiro da corrupção e da miséria. O Papa João Paulo II já nos advertia que o analfabeto quase sempre é explorado econômica e politicamente!

Em conclusão, não quero discutir virtudes e pecados dos governantes e de seus auxiliares. Arrogância, mediocridade, mesquinharia, futricas e corrupção normalmente vicejam nos palácios.

Recomendaria aos governantes, na escolha de seus colaboradores, que levassem em consideração os conselhos de Jetro a seu genro Moisés (Êxodo 18,21).

Depois de dois anos de árdua e leal cooperação com o Governo Alckmin/Lembo, como conselheiro e presidente do CONSEA-SP, não coloco esperança alguma na candidatura da coligação Por Um Brasil Decente em relação à defesa e à promoção do direito humano ao alimento e à nutrição, pelo contrário temo retrocesso.

Espero que o Presidente Lula receba mais um mandato e que possa superar as contradições que caracterizam o Estado Brasileiro e afetam seu governo.

Não se trata apenas de combater a corrupção, mas cultivar uma proposta ética de desenvolvimento. Impossível servir a dois senhores, o Mercado e o Povo. Voto por uma economia com mercado, justa e solidária.

Reine a Ética, governe a Política e submeta-se o Mercado.Em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense, em 16 de Outubro de 2006, Dia Mundial da Alimentação, participo da inauguração de mais um centro municipal de recuperação de crianças em estado grave de desnutrição para reafirmar meu compromisso com um Brasil livre da miséria e da fome.

Presidente Lula, cultivando a sabedoria, a coragem, a ousadia e a humildade, com a graça de Deus e a participação do povo, poderá fazer um grande governo.

Quando o pão é partilhado com o faminto e injustiçado, brilha a Luz! (Isaias 58, 6-8). Não tenha medo de ser feliz!"

Dom Mauro Morelli
Bispo Emérito da Diocese de Duque de Caxias
Indaiatuba, SP, 12 de Outubro de 2006 -- Dia da Criança

19 de outubro de 2006

 

Programa de Lula anuncia pólo de microeletrônica na Bahia

A definição governamental pela TV Digital vai gerar pólos de desenvolvimento da microeletrônica e semicondutores em cinco estados, entre eles a Bahia. Também serão favorecidos Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, embora o núcleo inicial seja mantido na zona franca de Manaus. O anúncio da criação dos pólos foi feito no programa eleitoral do presidente Lula. O governador eleito da Bahia, Jaques Wagner, já começa a colher os frutos de sua relação com o presidente Lula. Até agora, falava-se somente em pólos para Minas Gerais e Rio Grande do Sul, que já possuem projetos de desenvolvimento tecnológico voltados para TV Digital.

A Bahia, entretanto, já tem condições de abrigar investimentos neste setor intensivo de tecnologia. É bom sinal que o anúncio tenha sido feito no programa eleitoral. É um compromisso de campanha. A Bahia já possui um pólo industrial importante e a indústria de microeletrônica pressupõe a produção de uma série de componentes que podem ser fabricados em diferentes locais. A Medida Provisória que deverá incentivar a produção de semicondutores ainda não está pronta. Só deverá ser editada após as eleições. Tudo depende do presidente Lula. E de Wagner, o governador da Bahia.

 

Com Alckmin o país ficaria ingovernável

Seria um verdadeiro inferno. Se, por uma imensa desgraça, Alckmin for eleito, o país ficará ingovernável.

Isso não se dará por radicalização ou vingança dos que apóiam o governo Lula.

Uma eventual eleição de Alckmin tornará o país ingovernável por causa do aumento dos juros, aumento do dólar e da inflação, queda da credibilidade de investidores, arrocho salarial, aumento do desemprego, queda nas exportações, diminuição drástica nos programas sociais, como o Bolsa Família, diminuição do crédito.

Alckmin trará de volta o caos econômico e social. Todos serão atingidos: sem emprego não há salário, sem salário as vendas despencam, sem vendas a produção industrial cai e o desemprego aumenta.

Alckmin, sem investimentos estrangeiros, terá que privatizar e recorrer ao FMI. Vai entregar nossas estatais, como a Petrobras, e trazer de volta a política recessiva do FMI.

Vão voltar as falências das empresas, os despejos por falta de pagamento, o aumento da miséria, o aumento da violência.

Alckmin espera que o povo assista a tudo isso sem reagir?

É obvio que o povo vai reagir. É certo que os movimentos sociais vão às ruas para uma reação contra a incompetência de um governo Alckmin.

Destruir tudo o que foi feito até agora em benefício de dezenas de milhões de brasileiros e voltar a governar para uma pequena e rica parcela da sociedade é pedir uma reação violenta do povo.

O povo, com o governo Lula, acostumou-se com dignidade e respeito, com avanços sociais e econômicos.

O governo Lula não desmontou o Estado, não privatizou, não usou o FMI (ao contrário, livrou-nos do FMI). O governo Lula, diferentemente de FHC do PSDB de Alckmin, criou mais de 7 milhões de empregos.

Alckmin não vai tolerar o PROUNI, não vai querer gastar dinheiro com pobres -- vai acabar com o PROUNI.

Ele não vai ampliar o Bolsa Família, nem sequer vai manter as 11.1 milhões de famílias que estão sendo atendidas, pelo simples motivo de que o PSDB/PFL de Alckmin não governa para os mais necessitados.

Alckmin não vai discutir com os movimentos sociais, ele vai fazer como fez em SP com os estudantes, vai mandar a policia descer o cassetete no povo para acabar com as manifestações.

Ao contrário do que se espalha, não são os movimentos sociais que impossibilitarão um governo Alckmin, o povo apenas irá reagir contra a ingovernabilidade.

Os que comporiam o governo Alckmin são os mesmos que foram governo durante 8 anos e afundaram o Brasil.

FHC quebrou o país 3 vezes. FHC só volta a ser governo pelas mãos de Alckmin, pois o povo não o elegerá nunca mais, e ele sabe disso. O empenho de FHC para eleger Alckmin é imenso, pois ele quer voltar ao poder mesmo contra a vontade do povo.

Pensem nessa situação: Alckmin se elege, traz para serem seus ministros FHC, Garotinho, Saulo PCC, ACM ou ACminho, A. Virgilio 3% e outros trastes que não conseguiram reeleger-se.

Acabou o Brasil. Para evitar tudo isso, para continuarmos a ter emprego, diminuição da miséria, redistribuição de renda, uma economia sólida e crescimento duradouro, é Lula de novo com a força do povo.

Jussara Seixas

 

Petistas querem tornar o partido "menos paulista"

Lideranças petistas pretendem ampliar a participação de grupos de vários estados e correntes políticas na estrutura partidária da legenda, tornando o PT "menos paulista" e "mais brasileiro". Entre os defensores do "novo PT" estão os governadores Jorge Viana (Acre) e Wellington Dias (governador reeleito do Piauí), além dos governadores eleitos Marcelo Déda (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia).

JAQUES WAGNER:
"Acho que é racional e importante essa antecipação para discutirmos mudanças", disse o governador eleito da Bahia, Jaques Wagner. "O Brasil é um país imenso. Se o PT quiser ser racional, tem que ter toda essa riqueza representada na sua estrutura", afirmou o Wagner.

MARCELO DÉDA:
Déda afirmou que o PT precisa "traduzir o crescimento que o partido teve nas urnas, com uma cara mais diversificada de organização". Para o governador eleito de Sergipe, a "dinâmica partidária não pode reproduzir automaticamente a vontade de uma regional". "Não se trata de demonizar São Paulo, que é um estado grande e importante, mas é preciso que a agenda interna do partido incorpore a agenda dos demais estados, que tenha um sotaque político diferente, multifacetado", declarou.

WELLINGTON DIAS:
O governador do Piauí, Wellington Dias disse que defenderá no próximo Congresso do PT a integração automática dos presidentes estaduais à Executiva Nacional do partido. "A partir do resultado da eleição, teremos uma força maior na estrutura do partido", declarou. "Não culpo esse ou aquele estado, mas quando a direção tem gente demais de um só estado e essa direção entra em crise, todo mundo sofre com a crise", disse Wellington Dias .

JORGE VIANA:
O governador do Acre, Jorge Viana, disse que o PT deve "repactuar publicamente" seus princípios e admitir os erros cometidos. "Vamos ter que mostrar que entramos na água barrenta, suja, mas que conseguimos sair. Quem não quiser, que deixe o partido”. De acordo com Viana, o Acre tem boa representação no partido. "O Sibá participa de todas as reuniões e pela primeira vez o partido vai governar um estado pela terceira vez consecutiva. Mas essa representatividade não está valendo para o resto do país", afirmou o governador acreano.

TARSO GENRO:
O ministro das Relações Institucionais, Tarso Genro, também é favorável à idéia de que o PT deve passar por transformações. "O Partido dos Trabalhadores tem que deixar de ter seu eixo exclusivo de controle político a partir de São Paulo. Isso não significa desprestígio de São Paulo. Significa uma proposta de compartilhamento e de renovação. Na minha visão, até de reestruturação profunda do partido", afirmou. De acordo com o ministro, "o excesso de poder de um determinado grupo leva a deformações em tudo o que é partido". "A visão de exclusivismo leva ao aparelhismo. Ele vai ser um dos partidos da coalizão democrática, em cima de um programa mínimo", afirmou o ministro. (Rodolfo Torres).

 

Federação Única dos Petroleiros vota em Lula

MANIFESTO DA FUP

Os petroleiros sempre lutaram por um projeto político democrático e popular, voltado para a classe trabalhadora e para os milhões de brasileiros que durante séculos e séculos foram excluídos pelas elites do nosso país. Por isso, em 2002, os petroleiros apoiaram a candidatura de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República e foram para as ruas lutar pela vitória do povo brasileiro.

Pela primeira vez na história do nosso país, elegemos um presidente operário, nordestino e representante da classe trabalhadora.
Nestes quatro anos, os petroleiros e os demais trabalhadores brasileiros participaram das mudanças e transformações mais significativas da história do nosso país.

Fizemos renascer o Brasil do semi-árido nordestino, o Brasil dos Josés e Marias que jamais haviam tido oportunidades de exercerem a cidadania. O Brasil soberano, comprometido com o desenvolvimento e a justiça social, está vencendo o Brasil do atraso e da exclusão. O Brasil dos trabalhadores está desatando as mordaças impostas pelos coronéis e pelas elites.
Por isso, os petroleiros estão novamente nas ruas, apoiando a reeleição do presidente Luiz Inacio Lula da Silva. Queremos que este novo Brasil siga adiante e avance.

Não podemos permitir jamais o retrocesso. Portanto, neste momento em que as forças políticas conservadoras tentam de tudo para retomarem o poder, temos que redobrar a nossa luta em defesa da reeleição do presidente Lula.
Estamos diante de dois projetos opostos de Brasil.

De um lado, o Brasil representado por Geraldo Alckmin, o candidato das elites, do capital financeiro, dos grandes empresários e corporações estrangeiras, que tem o apoio explícito dos principais veículos da imprensa brasileira.

Do outro lado, o Brasil que o presidente Lula está reconstruindo, cuja continuidade e avanços dependem de nós. Por isso a candidatura Lula é defendida pelas centrais sindicais, pelos movimentos sociais e, principalmente, pela força do povo.
Os petroleiros estão com Lula porque sabem que a sua reeleição fará o Brasil continuar a crescer de forma sustentável, gerando empregos, distribuindo renda e garantindo políticas sociais de inclusão, como o Bolsa Família e o Pró-Jovem.

Os petroleiros estão com Lula porque o seu governo retomou o papel de empresa pública da Petrobrás, que voltou a crescer, gerar empregos e riqueza para o Brasil, transformando o nosso país auto-suficiente na produção de petróleo.

Os petroleiros estão com Lula porque viveram na pele os ataques e repressão do governo FHC e os efeitos de sua política de entrega do patrimônio público ao capital privado e internacional.
Os petroleiros estão com Lula, em defesa do povo brasileiro, da soberania nacional e da integração latino-americana!

Vamos fazer o Brasil avançar, com a força do povo. É Lula de novo!

 

Dom Pedro Casaldáliga decide votar em Lula

Segundo Turno
Dom Pedro Casaldáliga *

O segundo turno nos coloca diante de uma alternativa clara:

1. Votar em Lula é votar a favor de uma possibilidade real de política popular e na crescente construção de uma democracia que seja também econômica, social, étnico-cultural.

É votar pela liberdade de ação dos movimentos populares e pela possibilidade de cobrar do governo atual os seus melhores compromissos.

É votar pela segurança de termos, em alguns ministérios, pelo menos, ministros autenticamente bons.

É votar por uma política exterior que siga promovendo a verdadeira integração latino-americana e caribenha, possibilitando a presença e a palavra dos povos do terceiro mundo e contestando o neoimperialismo.

Isso sim: Votando contra toda corrupção e contra toda impunidade.

2. Votar em Alckmin é votar abertamente a favor do capitalismo neoliberal, com tudo o que isso significa contra os direitos da maioria popular.

É votar a favor da minimização do estado, tornando-o impotente.

É votar a favor da flexibilização do trabalho, abafando a dignidade e as reivindicações legítimas do povo trabalhador.

É votar a favor da dilapidação do patrimônio publico em privatizações entreguistas.

É deixar de lado oficialmente toda luta contra a depredação da Amazônia, contra os transgênicos, contra o agronegócio ecocida e de só exportação.

É satanizar o movimento popular, sobretudo nas reivindicações dos povos indígenas e nas lutas pela reforma agrária contra o latifúndio e pela moradia contra a especulação imobiliária.

É sepultar o sonho e o compromisso de uma Nossa América fraternalmente integrada.

É votar pelo velho-novo imperialismo, pelo velho-novo capitalismo das elites privilegiadas.

É votar pela exclusão da maioria popular.

* Bispo Emérito da Prelazia de São Félix do Araguaia (MT) e um dos mais importantes militantes brasileiros pelos direitos humanos.

 

Beth Carvalho decide votar em Lula

LEIA CARTA ENDEREÇADA AO PRESIDENTE DO PDT

Rio, 13.10.2006

Carta ao PDT de Beth Carvalho, vice- presidente de honra do PDT, título dado carinhosamente por Brizola em seus governos.

Estimado amigo Carlos Lupi, Presidente Nacional do PDT.

Cumprimentando-o cordialmente, quero expressar minha estranheza diante de notícias indicando que o PDT iria apoiar o candidato Geraldo Alckmin no segundo turno.

Nada mais absurdo.

Seria como uma vergonhosa conciliação do trabalhismo com a UDN de hoje e de sempre, os que defendem os interesses estrangeiros no Brasil e que realizaram o maior processo de privatização e internacionalização de patrimônio público de que se tem notícia no mundo!

Se bem é verdade que o atual governo tem limites e erros, inclusive muitos de gravidade, seria uma infantilidade imaginar que o Alckmin, que acaba de privatizar por 1 bilhão de reais a Empresa de Transmissão de Energia Elétrica de São Paulo, avaliada em 11 bilhões, poderia algum dia ser aliado dos trabalhistas. Jamais!

Vale registrar que nesta privatização, ocorrida em julho, o edital, estranhamente, proibiu a participação de empresas estatais brasileiras no leilão - e havia a COPEL do Paraná interessada - com o que uma empresa lucrativa terminou nas mãos de uma empresa estatal colombiana, cujo controle acionário, hoje, está em mãos de capital norte-americano. Esse é o Alckmin.

Os erros do governo Lula devem ser corrigidos urgentemente, tarefa da qual se ocupa hoje todos os movimentos sociais que também apóiam criticamente o atual governo, mas não se pode negar que houve algumas alterações políticas corretas e nada desprezíveis.

A política externa brasileira, pela primeira vez em muitos anos, defende corretamente os interesses nacionais.

Houve um freio no processo de privatização que estava em curso desde Collor de Mello, ampliou-se, ainda que timidamente, os investimentos em programas sociais, o protagonismo do estado começa a ser retomado, como por exemplo na recuperação da indústria naval , está em curso a recuperação do salário mínimo e os movimentos sociais deixaram de ser criminalizados.

É claro que estes pontos positivos não esgotam a necessidade de um projeto de nação mais definido, tal como sempre nos lembrava constantemente o nosso saudoso Leonel Brizola. Porém, o candidato Alckmin é representante de um projeto rigorosamente antagônico a tudo o que o trabalhismo sempre defendeu e defende.

Entretanto, quero chamar a atenção para um aspecto que me parece importantíssimo na política do Governo Lula: a defesa da integração latino-americana!

Não por acaso os EUA criticam constantemente o Itamaraty, como também a mídia controlada pelos anunciantes multinacionais. E esta integração latino-americana é estratégica para consolidar Cuba e Venezuela, para permitir uma autonomia dos países latino-americanos frente aos grilhões da política dos EUA, assim como, para garantir uma alternativa concreta, solidária e cooperativa, dos nossos povos diante da pressão estadunidense para impor a ALCA, que o candidato Alckmin já indicou ser defensor.

Não poderia deixar de falar que no plano cultural há uma política pública, que, mesmo sendo aquém do necessário, ela prioriza a retomada do cinema brasileiro, o acesso do público a espetáculos musicais que circulam todo o país, como o Projeto Pixinguinha, a criação dos Pontos de Cultura junto a comunidades carentes.

É claro que ainda falta uma mudança substancial na política de comunicação, mas quando se fez uma tentativa, com a proposta da Ancinav, os representantes do império e o coronelismo eletrônico tupiniquim, fizeram uma devastadora campanha de desconstrução da proposta, até que fosse retirada.

Neste sentido, não há o menor cabimento do PDT ter sequer dúvidas sobre quem apoiar: deve apoiar o companheiro Lula, numa aliança que inclui até mesmo Hugo Chávez, Nestor Kirchner e Evo Morales, os movimentos sociais, os intelectuais e artistas progressistas, a igreja popular, os sindicatos, o empresariado nacional.

É isto o que está em jogo agora: Lula, com um projeto em construção, passível de ser corrigido e aprofundado, em defesa dos interesses populares e nacionais, e Alckmin, com o outro projeto, que favorece ao capital estrangeiro, à retomada do controle do estado pelos neoliberais levando o Brasil a um distanciamento da América Latina, à uma submissão à Washington, e uma volta à repressão aos movimentos sociais como se viu na triste era FHC, cuja meta, como lembram-se todos, era destruir a Era Vargas!

O PDT deve recomendar o voto em Lula e apresentar um programa com pontos programáticos trabalhistas a serem incluídos na política do próximo governo.

Saudações Brizolistas e trabalhistas.

Beth Carvalho

PS: Infelizmente o PDT optou pela neutralidade. Na minha opinião ficar neutro neste momento grave da história brasileira é, de fato, negar os ideais de Vargas,Brizola, Jango, Pasqualini e tantos outros trabalhistas. É omissão, é favorecer a direita.
Beth Carvalho
Rio,17/10/2006

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